Este país não é para velhos... nem para grávidas!

Já toda a gente sabe que a licença de maternidade na Noruega é de 49 semanas e não as 16 (mais ou menos) que vigoram em Portugal. Aliás... na Suécia, são 75 semanas. 
Também sabemos que há por aí na Europa muitos cantos, em que as licenças de maternidade são pagas em valores dignos, e que muitos países da Europa, permitem a que as mulheres tenham filhos, em consciência e que infelizmente no nosso país ainda há muito trabalho pela frente nesse sentido. 
Também toda a gente sabe que há por aí muita grávida mariquinhas, que se encosta a cada dorzinha e ao mínimo enjoo, e juntam as baixas às férias, não se casam para receberem um subsidio maior e trinta por uma linha, sem consciência que apenas aumentam o estigma que uma funcionaria grávida é sinónimo de problemas, baldas e falta de produtividade. 

Por outro lado também é verdade, que é cada vez mais menosprezada a gravidez... eu própria a menosprezava, até ser a minha vez. 
Caríssimos, gravidez não é doença, mas também é um estado normal. Estar grávida dói na maior parte do tempo. Dói na barriga, dói nas costas, os pés e pernas incham, provoca náuseas insuportáveis, cansaço extremo e nem vou faltar dos incómodos mais pessoais e privados como corrimentos, prisões de ventre e afins. 

O Sr. Pai da criança (da minha) trabalha por conta própria. Não corre o risco de ser "dispensado", pode faltar para comparecer em consultas, pode ir de baixa, quando necessário e tudo e tudo e tudo. Eu não. 
Em tempos, em jeito de brincadeira falámos em como se fosse uma opção, seria muito mais fácil ser ele a estar "grávido" e a ter o bebé, por questões profissionais. E era mesmo... mas não dá! Ainda não descobriram como... 

A realidade é que conheço muitos exemplos, demasiados exemplos, de mulheres que sofreram profissionalmente devido às suas gravidezes... 
Conheço aquela cujo contrato não foi renovado, conheço aquela que foi "dispensada" devido à "extinção do posto de trabalho", conheço aquela que foi despromovida quando regressou, conheço aquela que foi literalmente maltratada e perseguida, e ainda aquela que foi "aconselhada" a ir de baixa. Não são poucos os exemplos e todos eles são reais... Aliás, poucas são as mulheres que conheço que tiveram a oportunidade de serem mães e voltarem ao trabalho como sempre. 

Este país, não está nem estará tão depressa preparado, para encarar a maternidade como ela precisa de ser encarada. E não me venham com tretas do governo... não é o governo... são as pessoas. Precisamos mudar, muito. Comecemos, não por aumentar as licenças e subsídios, mas por não despedir grávidas nem deixar de contratar mulher em idade fértil...
Este país não é para velhos... é verdade, mas também não é para grávidas.


(Imagem: barrigasdeamor.pt)

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