E um beijo para quem fica

Penso que não seja a única, mas comigo foi assim.
Quando engravidei, senti-me orgulhosa de mim... de nós! Uma conquista, um troféu, um objectivo alcançado... um motivo de orgulho.
E como sempre, quis partilhar a minha conquista com aqueles que me são queridos.
E nesta altura (como em muitas outras) fazem-me falta os que já não estão por cá!
Das primeiras pessoas que pensei, foi no meu avô! Gostava de lhe dizer que ia ter um bisneto/a. Gostava de ver a cara dele... quase que lhe consigo ver o sorriso... quase, mas não consigo! Ele ia gostar. Gostava de vê-lo lidar novamente com crianças lá em casa. Será que ia ter a paciência de outrora, como teve connosco? Será que iria brincar com ele/a? Será que ia dar os mesmos "ralhetes" que me dava a mim? Será que ia mostra-lhe as gravações de passarinhos a cantar, que me mostrava  e que eu achava uma seca? Será que lhe ia cantar o fado?
Tantas perguntas que vão permanecer sem resposta... que triste :(
Fico triste porque gostava de mostrar o meu troféu ao meu avô. Eu sei que ele ia gostar... e isso ainda me deixa mais triste, e aumenta a saudade...
Avô, desde já fica a promessa... Não tão bem como tu, mas vou-lhe cantar o fado! Vou-lhe falar de ti, e vou-lhe mostrar as gravações que ainda há tuas, de mãos nos bolsos e peito alçado, como o típico alfacinha, da noite fadista que eras!
Ontem à noite, o Sr.Pai da criança disse: "Tenho pena que a tia Fifi não conheça o nosso bebé!"
E percebi que não sou a única. Que as coisas boas renovam-nos a saudade.
Vamos acreditar que eles vêm-nos... Do alto de onde estejam, olham por nós, e estão felizes... Vamos acreditar que é assim... é mais fácil.


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