Deixem as crianças em paz!
“Ai, que o menino
suja-se!”
“Ai, que o menino
cai!”
“Ai, que o menino
chora!”
“Ai, que o menino
aleija-se!”
“Ai, que o menino
estraga!”
Ai, ai, ai que
não me largam!
Deixem as
crianças em paz, e deixem as mães serem mães! Deixem-se de palpites, e
conselhos e avisos e histórias porque no final, todas fazemos o mesmo,
aprendemos as mesmas lições e lidamos com as mesmas situações.
Deixem os miúdos
sujarem-se, correr na lama, brincar na relva, apanhar insectos e comer areia!
Deixem-nos
brincar com molas da roupa e tupperwares, ou tampas dos tachos mesmo que façam
barulho. Logo se arruma!
Deixem os miúdos
saltar, cair e esfolar os joelhos, arranhar as mãos e tropeçar nos próprios
pés.
Deixem-nos
espalhar o papel higiénico, brincar com a escova de dentes e espalhar creme no
chão da sala!
Deixem que o
vosso mundo se torne desarrumado, desordenado, barulhento e acima de tudo
alegre e feliz!
O barulho e a
desordem fazem parte da felicidade.
E se pelo caminho
dermos umas quedas e esfolarmos uns joelhos. Assim seja.
Se esse é o preço a
pagar pela cumplicidade de uma brincadeira entre mãe e filho, assim seja! Ficam
as “marcas de guerra” mas não ficam sozinhas. Ficam gargalhadas, memórias e
momentos felizes!
Deixem as
crianças em paz! Deixem as crianças ser simplesmente crianças!
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