só a mãe perdoa com o coração

Esta coisa de ser mãe é um desafio todos os dias.
Se pensamos que é difícil cuidar de um bebé pequenino e indefeso e completamente dependente de nós, a coisa não melhora à medida que eles crescem.
Mudam-se os tempos, mudam-se as preocupações.
Confiar um filho às mãos de alguém que não nós próprias é só a tarefa mais difícil que enfrentamos enquanto gente.
Eles não são apenas pessoas pequenas. Eles são o nosso reflexo.
São o nosso coração, que nós gerámos e fizemos bater e que algures no tempo saiu do nosso corpo. São o nosso fluxo sanguíneo, o nosso ar.
São todos os nossos sonhos e esperanças. São o que nos faz levantar da cama nos dias mais negros, e os que alegram os dias luminosos.
Com eles partilhamos a nossa essência, o nosso ritmo cardíaco, a nossa razão.
E à medida que eles crescem, é-nos pedido que os deixemos numa escola, com 200 outros miúdos, entregues às mãos de meia-dúzia de pessoas com formação para educar crianças.
Mas nunca ninguém saberá educar como uma mãe. E nunca uma mãe deixará o filho com alguém de forma completamente livre.
Quando os deixamos, deixamos uma parte de nós. Respiramos com mais dificuldade. O sorriso deixa se sair fácil... É como se carregássemos uma bola de pesos acorrentada aos pés, até à hora de os ir buscar. O ar pesa.
Porque só a mãe tem o abraço que tudo cura, e o beijo que tudo consola.
Porque só a mãe tem as palavras que ajudam qualquer momento.
Porque só a mãe sabe de cor todas as picuices e está disposta a ceder a todos os caprichos.
Porque só a mãe os deixa ser tudo o que eles são.
Porque só a mãe perdoa com o coração.

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Ilustração @o_trocatintas


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