Um novo conceito de Dormir...

Com a gravidez cada vez mais avançada chega todo um novo conceito. Um reinventar de tudo aquilo que sabíamos até agora sobre... Dormir. 
Sim, dormir não é o que era. Aliás o dormir que conhecia até então é agora, uma leve memória longínqua de algo que menosprezava totalmente na época em que o fazia como todo e qualquer comum mortal. Não se enganem... Eu nunca descurei a importância do dormir... Até porque para mim, dormir sempre foi um dos prazeres da vida. Gosto de dormir... quer dizer... gostava, porque agora o conceito é diferente. 
Quando contei aos amigos que estava grávida, uma das frases que mais ouvi foi "Aproveita agora para dormir porque em breve acabou-se!". Achei esta frase parva! Parva porque não há como "Aproveitar agora para dormir..." como é que se faz isso?! Não posso internar-me numa clínica do sono e dormir durante meses seguidos... Tinha que me contentar com o dormir de sempre... quando se pode... Temos que ir trabalhar, temos que tratar da casa, temos que estar com os amigos e com a família... Dormir como sempre, portanto! Outra coisa que achei foi, "em breve acabou-se..." puff... até a criança nascer ainda falta muito tempo... Pois é...Mas a principal questão aqui é que o dormir tal como o conhecemos não acaba quando a criança nasce, acaba muito antes. 

Ora senão vejamos. 
Por volta da mesma hora de sempre, vou para a cama. Tomo as vitaminas de grávida, e coloco uma garrafa de água na mesa de cabeceira. (A gravidez deu-me uma sede inacreditável...)
Coloco três almofadas debaixo da cabeça e deito-me, meio de lado, meio de barriga para cima, a ver cinco minutos de televisão. Entretanto, aquele meio de lado em que me coloquei, faz com que a barriga tombe para um lado (por norma o lado esquerdo que é o lado em que está a televisão) o que se torna incómodo devido à pressão. Pego numa quarta almofada, pequenina e muito jeitosa que lá tenho, e coloco meio debaixo da barriga a apoiar a mesma. Perfeito. Ao fim de quatro minutos, dói-me as costas. Mas não faz mal. Bebo um golinho de água e devagar e com cuidado ao levantar, viro-me para o lado direito, onde está o Sr. Pai da Criança, e deito a cabeça no seu ombro. Com isto, fica agora a barriga um tanto ou quanto esborrachada para o lado direito dado que me tomba toda eu devido ao seu peso. Não faz mal... Uma outra almofada resolve. Colocada entre as duas pernas, equilibra-me e coloca-me numa posição perfeita. Bebo um golinho de água e quando estou no limiar entre o sono e o acordada, o ombro do Sr.Pai da Criança começa a ceder... O pobre coitado anda nisto há meses... Mas não há problema. Viro-me então passo a passo para o lado esquerdo, onde, como já sei que o peso da barriga vai tombar, coloco desde logo uma almofada das pequenas debaixo da barriga, e outra entre as pernas. Perfeito... Pouco tempo depois, estas almofadas vão lentamente empurrando todo o meu corpo até que quando dou conta estou de barriga para cima... Não é muito confortável, mas tolera-se (por enquanto), mas dizem que de barriga para cima deve-se evitar dado que os bebés respiram menos bem quando a mãe está nesta posição. Não seja por isso.Bebo um golinho de àgua e viro-me para o lado direito, e como já sei ao que vou, coloco uma almofada debaixo da barriga, outra entre as pernas, e ainda outra, debaixo do rabo, bem de lado, para que não me tombe para cima de novo... Fico contrabalançada. Maravilha. 
Posto isto, o Sr. Bebé não gosta... nada! O Sr.bebé instalou-se no meu lado direito e quando começa a ficar apertado, começa a pressionar-me um pouco por todo o lado para criar o seu espaço... Sacaninha...
Tranquilo. Basta replicar esta exacta posição para o lado esquerdo. Beber um golinho de água e pronto.
Quando acordo (coisa de 5 minutos depois) dói-me tudo, estou toda torcida e as almofadas no chão. 
Apanho-as e recomeço... Mais coisa menos coisa na posição de tentativa numero 3, toca o despertador e vou trabalhar... logo à noite tento outra vez... 

E se no meio disto tudo, os Sr's Pais das Crianças estão a pensar que se calhar é melhor irem dormir para a sala.... pensem outra vez! Acho-vos muito novos para morrer!!!

E é isto...

(Imagem: www.cienciahoje.pt)