Ter ou não ter filhos

Continua a ser um assunto sensível, delicado e sujeito a grandes debates e discussões o tema ter ou não ter filhos.
A verdade é que não compreendo mesmo porquê...
Eu passei pelas duas fases. Eu não queria ter filhos, nunca! Quando me perguntavam o típico "Para quando um bebé?", respondia naturalmente o "Não está nos meus planos!".
Foi cansativo? Foi... mas há muitas coisas que nos cansam e que acabamos por passar por elas na mesma. A pergunta é normal, e é natural...
Também fui vitima de injustiças e descriminação por não ter filhos. Fui muitas vezes a única a não ser convidada para aqui ou ali porque "É mais para os miúdos" e também muitas vezes acusada de ser menos mulher, ou menos completa por não ter filhos!
Absurdo! E isso irritava-me profundamente! Menos quê??! Eu nunca fui menos de nada nem ninguém... e não acho que nenhuma mulher será menos que eu por não ter filhos... Aliás, acho que muitas mulheres e homens são MUITO MAIS ao decidirem não ter filhos, do que os muitos que os têm por motivos errados (e já falamos melhor sobre "os motivos" ) ou aqueles que trazem crianças a este mundo e as tratam mal. 
Ninguém é menos nada por não ter filhos. E a verdade é que odiava quando me tentavam convencer a tê-los... Isto é tão ridículo que assusta...Ninguém vai convencer ninguém de algo assim tão grande, importante, definitivo... é ridículo sequer tentar. 
Mais tarde mudei de ideias, "mudam-se os tempos mudam-se as vontades" não é verdade?! Nem sempre... Há quem mude e quem não mude, eu mudei. Motivo? Não, não tenho... Ter filhos não requer um motivo ou uma justificação. Ter filhos com um propósito é para mim errado! Por isso, aqueles que procuram um motivo para ter filhos, começam mal logo de inicio. 
O que é que mudou? Nada! Não sou mais nem melhor do que era, sou diferente. Não sou mais completa que ninguém. Tenho o que conquistei, assim como cada um. 
Continuo a ser apontada? Sim! Desta vez é porque só tive filhos para cumprir uma qualquer imposição da sociedade... porque sou mais uma ovelha no meio de um rebanho gigante... e blá blá blá!
Não, não sou. A minha decisão de ter filhos, nada teve a ver com o convencional da sociedade, nem muito menos é uma questão de seguir modas ou aquilo que está previsto fazer... Quem me conhece sabe bem que EU NÃO FAÇO o que é suposto fazer... Eu só faço o que eu quero. Vou onde quero e estou onde quero, com quem quero! Nunca fui de seguir directrizes na minha vida pessoal e agora não é diferente. Não sou uma ovelha num rebanho gigante. Eu sou só eu! Tão genuína e única como há uns meses atrás... Nada mudou. 

À conclusão disto tudo o que acho incrível, é que foi-me apontado o dedo quando não queria ter filhos, e outros dedos apontam-me quando quis. 
Os dedos serão sempre apontados. Toda a gente gosta de opinar, criticar e julgar o próximo. Está no nosso sangue... Comentamos sempre! Que atire a primeira pedra que nunca comentou a vida alheia... Que atire a primeira pedra aquele nunca recomendou um filme ou uma musica ao amigo só que gostámos muito... Acho que é igual! Recomendamos a nossa experiência quando esta é boa, quando nos fez feliz... E na realidade recomendamos apenas a quem gostamos... Aqueles que nos são indiferentes, não nos damos ao trabalho.
Por isso, isto serve para todos... Quem tem filhos, vai recomendá-los a quem não tem. E quem não tem filhos, vai defender a sua felicidade perante os que os têm. O importante a reter aqui é que só o fazemos, porque as nossas escolhas nos fizeram felizes, e não podemos recriminar a quem quer o nosso bem. Há muitas coisas que são chatas e cansativas, levar com esta conversa é uma delas, mas há que ver o lado positivo dela, e encará-la com tranquilidade e a certeza que nesta vida,  fizemos o melhor que sabemos com o tempo que nos foi dado. 

Comentários

Mensagens populares