Sinto a tua falta, filho...

A mamã não te planeou. Não és algo inesperado ou coisa assim, mas não foi um grande plano. A mamã e o papá quiseram que tu existisses e quando demos conta já estavas a caminho. Ao principio parecias um sonho... Num limiar entre a realidade e a fantasia, não sabíamos de ti, se estavas bem ou não... Mas desde o primeiro dia que tudo o que fiz foi pelo teu bem, e o papá também!
Depois começamos a planear tudo o que te envolve. Contámos aos tios e aos primos que estavas a caminho, pensámos num nome que gostasses de ter, montámos um quartinho para ti, começámos a comprar  tudo o que precisas... escolhemos uma médica simpática para te trazer ao mundo... sempre sempre a pensar em ti ainda que continuasses a ser um sonho.

Um dia, de manhã, a mamã sentiu umas borboletas na barriga, quando te apaixonares vais perceber o que são... Foi estranho, porque a mamã já estava apaixonada pelo papá há muitos anos... não era nada de novo! Mal eu sabia que me estava a apaixonar outra vez... 
No dia seguinte de manhã, aconteceu outra vez, e só uns dias depois, ao repetir-se todos os dias, como que para me dar um "Bom dia", é que percebi que eu estava de facto apaixonada outra vez. Eras tu! 

Foi a primeira vez que te senti. 
Durante uns tempos, ias dando o teu toque quando querias... eu esperava por ti, mas às vezes não me davas nenhum sinal e a mamã ficava preocupada... 

Ao fim de um tempo, já me dás sinal todos os dias, e divertimo-nos os dois... Tu bates, e eu rio-me... e tu bates outra vez! Às vezes bates mais forte ou num ponto mais sensível e eu ralho contigo "Chavalo... tá quieto!" - Eu sei que tu sabes que estou a brincar, até porque te ralho de sorriso na cara! E tu entras na brincadeira e bates outra vez. És teimoso, e levas sempre a melhor. Mas todos os dias temos este momento nosso. 
O papá ainda não te sentiu, mas ele tenta tanto... Mas ainda és pequenino... 
Mas o dia todo, fico à espera dos teus toques. Já não são borboletas na barriga... és tu, meu filho! És tu... parte de mim e do papá... E eu espero pelos teus adoráveis toques... E quando ficas muito tempo sem me dares sinal, eu sinto a tua falta. 

Há pouco tempo, eras como um sonho... um limiar entre a realidade e a fantasia. Agora, sinto a tua falta quando não sinto o teu toque. Agora sinto a falta daquele momento só nosso, sim é só nosso, por enquanto só nós os dois é que sabemos... é o nosso segredo. 



Comentários

Enviar um comentário

Mensagens populares