Deixar os filhos com os avós!
Nos primeiros
tempos, custou-me um bocadinho deixar o meu filho fosse com quem fosse. Não por
uma sensação de pertença, mas por sentir e achar que era de mim que ele
precisava.
A primeira vez
que o deixei, tinha apenas alguns meses e ficou com a minha mãe por algumas
horas para eu poder ir a uma entrevista de emprego. Pensei em tudo.
A posição que ele gostava que ficasse a fralda de pano, de que lado eu lhe
pegava ao colo, as musicas que lhe cantava, as coisas que lhe dizia…
Tomar conta de um bebé vai muito além de cumprir as suas necessidades básicas. Disso, qualquer um é capaz. Mas o cheiro da mãe, a temperatura corporal, o toque dos beijos e das festinhas nas mãos, a voz…. Tudo isso é único, e é muito do que eles precisam quando são muito pequenos.
Entretanto ele
cresceu e as suas necessidades mudam. Claro que continua a precisar da mãe, mas
há uma fase em que acho que a mãe precisa ainda mais dele.
Há pouco menos de
2 anos atrás, (tinha o Vasco pouco mais de 1 ano) deixei-o com a avó para ir a
um casamento, tal como contei aqui.
No meu ponto de
vista, os casamentos não trazem nada de positivo aos mais pequenos. Seria
apenas uma canseira para ele, e em consequência, para mim. E desde o primeiro
casamento que fui depois de ser mãe, tinha o Vasco 2 meses, que decidi que
sempre que pudesse iria evitar levá-lo. Decidi deixá-lo com a avó, e ainda que
tivesse muito perto de mim, arrependi-me.
Passei o dia a sentir-me culpada, cheia de saudades e vontade de ir buscá-lo, e aborreci toda a gente à minha volta ao falar incessantemente dele.
Passei o dia a sentir-me culpada, cheia de saudades e vontade de ir buscá-lo, e aborreci toda a gente à minha volta ao falar incessantemente dele.
No final do dia senti que não tinha tomado a decisão certa, ainda que continue a achar que um casamento seria um martírio para ele e para mim.
Quase 2 anos
depois, a caminho dos 3 anos de Vasco, eis que tenho mais um casamento. Desta
vez no Algarve!
Certa ou errada, decidi mais uma vez deixá-lo com a avó, Ao longo de parte do fim-de-semana.
Certa ou errada, decidi mais uma vez deixá-lo com a avó, Ao longo de parte do fim-de-semana.
Sendo a festa no Algarve, vamos sábado e só regressamos no Domingo.
À parte da seca do casamento, decidi não submete-lo a 500 Km’s de viagem de carro, em menos de 24 Horas por capricho meu.
O que ele precisa
de mim, já não é o que era. Já não chora se não sentir o meu cheiro, já não se
sente desamparado se não tiver no meu colo, já não se acha perdido se não ouvir
a minha voz.
Continua a precisar de mim, mas eu preciso muito mais dele. A dependência dele já não é exclusiva.
Provavelmente vai
ficar divertido nas brincadeiras com o avô de quem vos falei aqui e pouco se vai lembrar de nós. Possivelmente
perguntará por nós à noite quando se deitar no meio dos avós, mas a super avó
distrai-o com uma história dum elefante, e dormirá descansado. No dia seguinte de
manhã, é possível que volte a perguntar, mas com uma promessa de o levarem à
rua ver os cães, rapidamente se esquecerá. E quando der por ela, lá estaremos
nós, cheios de saudades, prontos para tentar compensar aquelas horas perdidas.
Sinto que foi uma boa decisão, mas ainda assim custa-me… a cada segundo.
Sinto que foi uma boa decisão, mas ainda assim custa-me… a cada segundo.
Agora preciso de
vocês. Preciso que me digam que é a decisão acertada e que faço muito bem em
deixá-lo. Vá lá…. Só para me sentir melhor…
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