Fomos de "charola" para o Hospital

Faz parte… É só mais um dos dramas de ser mãe…

Sabem aquele momento em que olhamos para eles e dizemos “Tu vais cair! ” e que no nosso interior tentamos mesmo à séria que aquilo que dizemos não se realize!?

Aqueles segundos em que como se fossemos uma personagem do Star Wars, tentamos usar a força para que o desfeche não é aquele que já sabemos que será!?

Aqueles momentos parvos, em que pensamos “Tu vais cair!” e feitas parvas, sabemos que eles vão cair e mesmo assim não conseguimos evitar!?!?

Foi uma coisa assim…

Um momento “tu vais cair!” seguido dum aparatoso trambolhão de cara na quina do móvel da sala. É sempre assim… Porque é que eles caem sempre nas quinas dos móveis?! E porque é que batem sempre com a cabeça?!

Foi isso… uma queda estrondosa, com aquela carinha laroca direitinha ao móvel da sala… As minhas mãos, apenas a centímetros de distâncias, falharam e não foram rápidas o suficiente para evitar isto… Não tive os reflexos necessários… A destreza que devia ter…

Pego nele de imediato, apenas para descobrir que o seu pequeno e perfeito nariz, estava já com o triplo do tamanho e com uma cor “roxamente” anormal.

Fomos buscar gelo, e quando o ia pôr descobri que o nariz não era o único problema… Também a testa estava já negra, e com um vinco de sangue pisado!

Nos momentos a seguir, fui duas pessoas:

Por fora, fui calma e lógica! Fui despachada e objectiva! Vestir-lhe umas calças de fato de treino por cima do pijama, um casaco, e pegar na chave do carro.

Por dentro fui mãe. Fui coração despedaçado, e uma pilha de nervos… Queria chorar, abraçá-lo e pedir-lhe desculpa por não o ter conseguido agarrar.

Fomos de "charola" para o Hospital, onde foi necessário um raio-x, para confirmar o estado do nariz.

Acabou por não ser “nada”. Nada mais que uma queda aparatosa, que deixou umas valentes marcas (quem sabe para sempre) na sua cara e no meu coração.

Foi a primeira! Foi a sua primeira queda à séria! Sei que provavelmente não será a única, mas este foi oficialmente o primeiro dói-dói do Vasco… e mais um na mãe.

Acalmou-nos o já habitual rápido, eficaz e carinhoso atendimento do Hospital dos Lusíadas em Lisboa. Será que fazem testes de simpatia e acolhimento aos médicos que contratam neste hospital? É que são todos impecáveis...

A reter sobre as quedas

Todas as quedas que provoquem um galo na cabeça são chamadas  de traumatismos cranianos, sendo que não são obrigatoriamente aquele drama que o nome sugere.

As quedas que habitualmente têm maior risco são:

• ·         Quedas de alturas superiores à altura deles: Do cimo do sofá, quedas de escadas…
• ·         Embates de cabeça em superfícies de pedra: Neste caso o móvel ser de madeira, foi “bom”.
• ·         Embates com outras partes da cabeça que não a testa. A testa é parte mais forte da caixa craniana sendo que embates noutras zonas são sempre mais preocupantes.

Após um traumatismo craniano (pequeno ou grande) manter vigilância por 48H aos seguintes sinais:

• ·         Vómitos
• ·         Perda de consciência
• ·         Sonolência anormal – (Não passa por deixá-los ou não dormir. Eles podem dormir, devemos é ficar atentas a sonolências fora do normal. Ex: Em horas em que costumam estar acordados… sonolências repentinas… Sonos demasiado longos…)
• ·         Comportamento anormal. Ex: Não reconhecer a mãe ou pai…
• ·         Perda de sangue no nariz ou ouvidos.

Estamos ainda no período de vigilância, mas até agora, voltámos ao normal!

Dormiu bem… eu é que não… Faz parte… 

(Imagem: BabyCenter)