Partiu-me o coração!

Ele sim, o coelho Vasco partiu-me o coração. Partiu mesmo, em mil pedacinhos!
Deixou-me completamente despedaçada (ainda que apenas por uns momentos) por duas vezes. 
A primeira vez foi quando estava na República Checa (na semana passada) e fiz uma video-chamada em que ele basicamente não quis "falar" comigo. 
Nas primeiras vezes que liguei, fazia sempre uma cara de surpreendido e sorria mal me via. "Falava" imenso, como que a contar-me o que estava a fazer, onde estava e tudo isso. Agarrava o telemóvel do pai, e abraçava-o e dava-lhe beijinhos. Na Quinta-Feira não! Nesse dia, olhou para o ecran, disse adeus e voltou a olhar para a TV. Conforme o Sr.Pai da Criança desligou a TV  para que ele falasse comigo, começou a reclamar, pois falar comigo era algo em que não estava interessado. 
Fiquei triste, fiquei magoada, chorei imenso... Depois pensei de forma racional. Ele está bem, está entretido, e nem todos os dias nos apetece falar ao telefone. Um dia não são dias. 
Mais tarde, voltei a ligar, e o seu comportamento voltou ao normal. 
Voltou a partir-me o coração quando cheguei. 
Quando regressei, depois de uma semana inteira fora, estava a morrer de saudades! Ignorando pela primeira vez, a sua hora de dormir, o Sr. Pai da Criança, levou-o ao aeroporto para me receberem os dois! Agarrei-me a ele como nunca! A tentar que o tempo parasse e ficássemos só os dois para sempre, agarradinhos... Senti o seu cheiro como nunca, as suas mãos na minha cara, como que a apalpar-me para ter a certeza que estava mesmo ali. O seu ar de surpresa... Chorei... Chorei tanto... Chorei compulsivamente, como que a libertar toda a saudade que retinha daquela semana interminável... Solucei de tanto chorar...
Depois ele manifestou-se.... Esticou os braços para o Pai. Não queria falar comigo... não queria sequer olhar para mim. Estava triste, estava magoado, estava chateado por o ter deixado. 
Tinha lido, por mero acaso na viagem, que esta reacção seria normal. Mas partiu-me o coração. 
Quando fomos para o carro, sentei-me no lugar do banco de trás, ao lado dele. Lentamente voltou ao normal... Quando chegámos a casa, já me puxava incessantemente para junto a si... não queria descolar. Foi bom, tão bom... 
Nessa noite, não existiu mais nada! Só eu e ele. Dormimos juntos e agarradinhos, para que nada nem ninguém nos voltasse a separar... 
Foi duro. Foi para mim, das coisas mais difíceis que tive que fazer na minha vida. Separar-me dele esta semana. Eu não estava preparada... E tão depressa, garanto, não volta a acontecer, porque eu não vou permitir. 


(Imagem: pt.dreamstime.com)



Comentários

  1. Olá, eu também não sei ser mãe...Ao ler este post tive que comentar. Por um lado, porque sou muito diferente, mas isso não importa nada. Somos todos pais e mães diferentes e todos sabemos o que é melhor, para nós, enquanto família.
    Serve o meu comentário para desdramatizar a coisa, o seu filho sabe que é amado e sabe que o pai também dá conta do recado, que também dá mimo e amor, às paletes. Por isso não se sinta mal de se afastar. Ele vai ser feliz se souber que há uma rede de pessoas que o amam, para além da mãe e assim as mães poderão estar afastadas sem estar em sofrimento. Hoje foi uma viagem de trabalho, mas um dia deste pode ser algo inevitável (uma operação ao apêndice por exemplo: escolhi uma coisa leve, eheheh) e ficam todos bem! Beijinho

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    1. Olá Bailarina, Eu sei que sou uma "Drama Queen" com este assunto, mas sim. Tem toda a razão. Ainda que com uma pontinha de ciume fico também de coração cheio ao saber que ele ficou bem, e feliz e que gostou dos dias que passou com o pai! E, tal como diz, fico mais descansada... Assim já sei que no caso de algo inesperado, ele ficará sempre bem entregue :)

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