As crianças que não apanham palmadas são todos mimados e mal-educados!


Já deixei bem claro aqui qual a minha posição no que toca ao assunto das palmadas. Não condeno nem julgo porque não me cabe a mim fazê-lo no entanto continuo a optar por evitá-las!

Até hoje, nunca senti a necessidade de dar uma palmada ao Vasco. 

Vontade?! Sim! Senti vontade várias vezes. Porque estava irritada, frustrada, cansada, impaciente… Mas nunca senti que seria a solução necessária no momento. Quando o sentir, talvez o faça! Por enquanto nunca o fiz!

Ainda assim continuo a condenar quem não sabe controlar as suas irritações e acaba por descarregar nas crianças… (Ou nas pessoas que seja. Não sou e nem nunca fui a favor da violência)

No fim-de-semana passado vi uma cena no supermercado. Uma cena que me deixou nervosa e incomodada. A mãe, claramente irritada (seja lá porque motivo for) descarregou na filha, puxando-a (com mesmo muita força) por um braço, fez a pequena cair e ainda lhe deu um estalo na cara! 

Era visível a raiva na cara daquela mãe! Os olhos abertos e irados. Os dentes serrados e o esforço na voz mostravam um profundo estado de irritação.
Não sei os seus motivos (nem me interessam), mas claramente ali o que faltou foi auto-controlo. Só isso! 

Nesse dia éramos várias as mães às compras e vários os pequenos a fazer disparates. Cada uma de nós tomou as atitudes que sentiu que deveria. Ninguém julgou ninguém.

Mas há uma coisa que me deixa sempre, com um sorrisinho sarcástico na cara!
“Se os miúdos não apanharem uma palmada na hora certa, acabam por ser uns mimados e mal-educados!”

Certamente já ouviram frases deste género. E não podiam estar mais erradas!
Mais uma vez, há que ter a noção, que as crianças (tal como as pessoas) são todas diferentes em vários aspectos, e a educação não é diferente. 

Precisamos de estímulos diferentes e respondemos a reacções diferentes! Se uns reagem ao “serem picados”  (por exemplo: “Aposto que não consegues fazer x”), há outros que precisam mais de estimulo e confiança (“Força, vais ver que te vais sair bem!”).

Não me quero gabar, mas tenho a sorte de ter um menino simpático, sorridente, bem-comportado e acima de tudo compreensivo. Sim, o meu filho não é obediente, simplesmente porque eu não “mando” nele. Limito-me a explicar a situação e quase sempre a dar duas alternativas para que ele escolha. 

E ele aceita! Mesmo com um atraso na fala, conseguimos quase sempre chegar a acordo através do diálogo. Ele ouve-me, e eu faço-o sentir-se ouvido! E mesmo sem nunca ter levado uma palmada, tenho um menino que é tudo menos mimado ou mal-educado. 

Dá trabalho, requer paciência! Nem sempre consigo fazer o melhor… mas tem resultado, e isso é certo! Deixa-me de sorriso na cara, compensando todo o esforço que faço para por vezes não perder a calma! 

Compreendo que os miúdos conseguem tirar-nos do sério. Mas nós temos que aprender a acalmar-nos. 

Não condeno nem julgo porque não me cabe a mim fazê-lo. Cada uma de nós sente em si o peso das nossas decisões, mas os miúdos que não apanham palmadas, são tão bons e maus miúdos como os outros.



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