Namoradas não!
É impressionante
e assustador como incentivamos os miúdos a umas coisas e depois nos esquecemos
de outras.
Enquanto que
muitas vezes não lhe damos autonomia para comer sozinhos, por exemplo, muito
antes disso já lhes falamos em namoros.
“Tens namorada!? “Olha uma menina, dá-lhe um
beijinho/abraço/a mão!”
“'A infância precisa de proteção e não de
adultos que afastam a criança daquilo que é próprio pra idade dela.'” (aqui)
As minhas amigas
chamam-me parva e exagerada, quando digo que não há cá namoradas. Mas eu
mantenho a minha opinião.
“Insistir em namoro na infância é adultizar
as crianças, incentivar a erotização precoce.” (aqui)
É assustador o
quão cedo começam estes comportamentos por parte dos adultos. Ainda grávidas, ouvimos
bitaites que não só incentivam tanto “os namoros” tanto como “o machismo”.
“É uma menina?! O
pai que vai comprar uma caçadeira”(– Porque o pai (o homem) é que manda, e a
menina não pode namorar. )
“É um rapaz?! Vai
ter as miúdas todas atrás dele” (– Porque o rapaz pode ter muitas namoradas, e
elas é que têm que andar atrás. )
Numa altura em
que muito se fala de igualdade de géneros, perde-se muito a concentração neste
tema. E eu não quero.
Não só não quero
criar o meu filho como um machista a pensar que é diferente das meninas seja lá
no que for. Como não quero desviar-lhe a atenção das brincadeiras e estudos em
prol de namoradas.
O instinto sexual
é isso mesmo, um instinto. Não precisa de ser cultivado nem estimulado. Ele
virá a seu tempo, sem que ninguém lho diga. E ele próprio ditará quando for a
sua altura, sem precisar que um adulto lhe incuta uma necessidade de namoradas
como se isso fizesse dele um menino bem comportado.
Cá por casa não
há namoradas nem haverá tão cedo. Não vejo em quê que lhe faça falta, porque na
verdade não faz falta nenhuma. Por isso, crianças giras deste país, o menino cá
de casa, não está, por enquanto, disponível!
(Imagem: Pinterest)
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