Dizer “Não”, é tão importante como dizer “Sim”!

Esta foi uma frase que me foi dita pela educadora do Vasco.

Há uns meses atrás, esta frase ter-me-ia chocado. Tal como disse aqui, foco muito a educação do Vasco no Positivo. Mais reforço positivo do que “castigo”.

Na verdade, noto que muitas vezes contrariamos os miúdos por coisas que na verdade não são assim tão importantes. Ainda há dias, na quinta do avô, o Vasco brincava alegre na horta. “Não faças isso que te sujas”- dizia o Pai. E qual é o mal de se sujar?! É só roupa! Diz quem sabe que mexer em terra até lhes faz bem. Mas é instintivo que lhes digamos muitas vezes para não fazer estas coisas.

Há uns meses atrás acreditava que conseguia educar uma criança sem lhe dizer “Não”. E não podia estar mais enganada.
Descobri que o “Não” , não é obrigatoriamente uma coisa má. E faz tanta falta como um sim. Um “Não” é apenas mais uma direcção no meio de tantas que lhes damos. “Por aqui”, “Faz assim”, “Vai lá”, “Diz tu”, “Não podes”!

É só mais uma forma de os guiar, tão normal como tantas outras.

Não vou tão longe como dizer que é um acto de amor, porque para mim, os actos de amor estão naquilo que sentimos e naquilo que fazemos e não tanto no que dizemos. Afinal, quantos de nós não falamos, às vezes, da boca para fora?!

Dizer “não”, não deve ser um bicho papão. E é tão importante como dizer “sim”.
Seguidora do que chamam de Disciplina Positiva, se calhar estou-me a desviar do mote. Mas para mim, ser positiva não é ser permissiva.

Uma vida em que as crianças mandam nos pais, com birras atrás de birras, choros e gritarias, e em que os pais são pessoas exaustas que vivem no meio de gritos, birras e choradeiras, de positivo não tem nada, e para mim não funciona.

Jogamos muito ao 8 e 80. Se em tempos as crianças não tinham direito a nada, actualmente há quem os deixe ter direito a tudo. E assim não há equilíbrio, não há paz!

Lá em casa equilibram-se as coisas… tal como uma balança. Se eu tenho dias menos bons, ele também tem direito a os ter, mas não tem direito a comandar a minha vida. Não tem direito a tornar tudo mais difícil para mim. Não tem direito a tudo o que bem lhe apeteça, tal como eu não tenho. E só com “Não” consigo esse equilíbrio.


É só uma palavra, e lá por casa, diz-se quase tanto como “Sim”.

(Imagem: Brown Visions!)

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