Sobre a morte!

Engraçado como a vida funciona por fases... 

Quando somos bebés, nada importa, só o momento. Depois entramos na escola, e as preocupações são o sucesso escolar e os amigos no recreio. Mais tarde vêm os namoros e quando damos conta, todas os amigos à nossa volta estão a casar ou juntar-se, e a seguir vamos nós. Depois vem um "boom" de bebés a nascer no nosso meio. 
E algures por aí é suposto começar a lidar com a morte. Os bisavós, os avós... 
(pelo menos é suposto ser apenas os mais mais velhos e apenas na nossa idade adulta ainda que haja alguma excepções... alguns são obrigados a lidar com a morte muito mais cedo... )

Ao longo da minha (ainda curta) vida já vivi algumas perdas, e acabei por aprender a lidar com  elas. 

Percebi que é menos difícil, quando se tratam de mortes relativamente "espectáveis"... Quando a idade já pesa ou alguma doença já corrói... 
Percebi também que custa menos quando acontece de uma forma tranquila, sem sofrimentos prolongados... 

Mas aquilo que percebi mesmo, é que custa muito menos quando não há mágoa! Quando não fica nada por dizer... 

Incrível como vivemos uma vida inteira por perto de alguém e tantas vezes nos arrependemos das coisas que nunca dissemos... Porquê?!

Quando resta algo por dizer, a morte é um desespero. É um perder a ultima oportunidade de ter dito o que nunca dissemos.
Que estranho que é o ser humano que por mais voltas que a vida dê, não consegue apagar sentimentos...

Nunca fui rancorosa, digo vezes demais o que me vai na alma, discuto, grito e esperneio, mas não guardo mágoas. Digo o que tenho a dizer e depois limpo o quadro para que possamos escrever novamente. 


Mas se à coisa que a morte me ensinou foi isso mesmo: Não guardar para dizer depois "Eu amo-te!", "Obrigado", "Desculpa!" ou até um "Eu perdoou-te!"...

Porque hoje estamos vivos, e amanhã quem sabe...
Dizer estas coisas torna-se assim imperativo... obrigatório até... Para que nunca fiquem por dizer. 

Digam "Amo-te" aqueles que amam, antes que seja tarde demais... 

(Imagem: The New Yorker)


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