Mãe, não te esqueças que também és mãe!


Não quero de todo maçar-vos com este assunto (até porque não acontece com a maioria de vós – felizmente! ) mas diz-me muito a mim.

Um dia destes, num grupo do Facebook, uma mãe fazia um desabafo sobre o filho que foi mordido por um colega da creche. O menino, tinha até a carinha bem marcada.


E houve uma alminha que decidiu comentar assim: 

Pelos vistos esta Sra. é mãe! E a avaliar pelos comentários dela, deve ser a mãe perfeita de uma filha perfeita!

Tal como assumi aqui, o meu filho morde nos colegas! 

Garanto-vos que não tem qualquer desequilíbrio social, nem tão pouco instabilidade familiar!
Posso também assegurar-vos que este é um comportamento que eu não permito, nem tão pouco as suas educadoras e auxiliares!

É uma treta?! É! Mas e agora?!

Vamos mesmo punir uma criança de 2 anos, por um comportamento instintivo?!
Nenhuma mãe gosta de ver o seu filho magoado por um amigo, mas acreditem, que nenhuma mãe gosta de saber que é o seu filho quem magoa os amigos!

E afinal quem somos nós para julgarmos, acusarmos e punirmos tão rapidamente os outros?

Que mãe… (a sério, isto faz-me imensa confusão), que mãe é que pensaria por um minuto que fosse em punir severamente uma criança desta forma, mesmo que não fosse a dela!

Aceito que isto seja apenas uma forma de expressão, mas ainda assim, isto é tão incorrecto… Imaginem o que sentiria a mãe da criança que mordeu ao ler estas palavras dirigidas a si, à sua família, ao seu filho, à sua parentalidade… Conseguem pôr-se no lugar dela?! E se alguém “diz” isto assim de forma tão insensível até que ponto não o dirá mesmo em frente a crianças?!

O que fariam, se alguém dissesse algo assim dos vossos filhos?! Como se sentiriam?

Todo o post foi um rol de acusações, ora aos pais, ora às educadoras. Porque precisamos disso. Porque é urgente encontrar um culpado... apontar um dedo... dizer, que alguém falhou… 

Do alto da sua perfeição, esta mãe não hesita em ser juíz e carrasco…

Mas faltou-lhe uma coisa simples: Empatia! 

Compreender! Aceitar que nem tudo é branco muito menos preto! Perceber que ela não é perfeita, nem a sua filha! Perceber que há quem dê tudo de si! Perceber que ela não é ninguém para julgar o próximo!

Estes comentários revoltam-me! Revolta-me que ainda tantas pessoas tenham dificuldades em perceber que as crianças não são como os adultos.

Confesso que eu muitas vezes tenho vontade em morder certas pessoas, a diferença entre mim e o meu filho é que eu sei e compreendo que não o posso fazer, ele não!


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