O mais difícil de ser mãe, é aceitar que o somos
Não é fácil, nada
fácil. São muitas as dúvidas, questões, incertezas… parvoíces nas nossas
cabeças e corações constantemente apertados. Mas o mais difícil de ser mãe é
sem dúvida aceitar que o somos.
Aceitar as noites
mal dormidas, as fraldas e os biberons… Aceitar os horários e as rotinas, e
tudo aquilo que tem que ser.
Acabam-se as
baldas, os momentos de descontracção (uma mãe nunca pode baixar a guarda),
acabam-se aqueles dias em que “não me apetece” ou simplesmente “estou cansada”.
Ainda que cansada,
a maternidade não pára! Não há pausas, nem folgas, nem fins-de-semana, nem dias
em que “não apetece”! Nada! Não há como descansar, ou fugir da rotina. Ser mãe
de um bebé, é a única função que é mesmo a tempo inteiro. 24 horas por dia,
todos os dias da semana, do mês… do ano!
E isso é difícil
de aceitar!
Aceitar que parte
da mulher ficou para trás para dar lugar à mãe. Aceitar que nunca mais seremos
a prioridade.
Aceitar que as
papas vêm primeiro que as unhas, os bodys primeiro que os bikinis, e as chuchas
primeiro que os passeios.
Aceitar que nada
será como foi, e que até um simples passeio no parque pode ser tornar num
inferno!
Aceitar que não
só, nem todos os dias são bons, como muitos deles são até maus!
Aceitar que tudo
mudou, e nada será o que já foi.
É difícil de
aceitar.
É difícil de
aceitar que é isto que todas sentimos. Não são os momentos doces das redes
sociais. Não são vidas cor-de-rosa, bebés que não choram, ou vidas que são
simples. É difícil aceitar que, de vez em quando queremos gritar, fugir,
espernear, e até mesmo voltar atrás.
Todas nós temos
saudades do que fomos e de quando tudo era mais simples. E sentir isso não faz
de nós melhores nem piores.
É difícil de
aceitar que de vez em quando não queremos ser mães. Isto faz-nos sentir mal…
mas não devia!
Aceita! Aceita
que és só humana, real, mulher… Aceita que tens limites! Aceita que nem tudo é
perfeito… que às vezes as coisas só acontecem porque “tem que ser”. Aceita esta
nova fase, que de fácil não tem nada, mas que porra!…. Só nós mulheres
conseguiríamos desempenha-la com tanto cansaço e tanto amor em simultâneo.
Aceita que tens o direito de te sentires triste, sozinha, desamparada, cansada,
exausta…
É normal que tenhas
sono, cansaço ou falta de paciência, e que nada disso vai deixar de acontecer,
mas aceita e percebe, que estás a fazer tudo bem!
Revolta-te quando quiseres, grita sozinha no carro, chora à noite às estrelas! Faz as pazes contigo própria!
E quando descarregares tudo, olha para a teu filho…,
aceita-te como mãe e percebe que ele vale todas as noites sem dormir, todas as
casas desarrumadas, todo o cansaço e exaustão, os cabelos desalinhados e as
unhas por arranjar… Dá-lhe um beijo, e vai dormir… Tu mereces!
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