#10 Mães há muitas! – 6 anos para engravidar!
Uma mulher
fantástica! Um coração enorme e doce que nunca desistiu! Uma força de vontade!
Uma luta que muitas desistiram mas ela não! Um exemplo, uma amiga!
Uma mãe que só o
pode ser ao fim de 6 anos de luta! Que orgulho nesta mulher, que nunca baixou
os braços.
Apresento-vos a
Marta:
*Quem é a Marta, a mãe do Santiago?
A Marta é uma
mulher muito simples, divertida, carinhosa, humilde, batalhadora, que já passou
por situações menos boas mas sempre de sorriso na cara. Extremamente feliz e
mais feliz ainda depois de concretizar o maior sonho da vida, Ser MÃE do
Santiago.
*Ser
mãe, era um sonho ou um objectivo de vida?
Ser mãe sempre
foi um sonho para mim, como penso que seja para a maioria das mulheres, mas
depois confesso que passou a ser um objetivo de vida também enquanto casal.
Nunca pensei que seria tão complicado como acabou por ser.
*Como reagiste quando não conseguiste engravidar?
É sempre algo que
nunca estamos á espera que aconteça connosco, principalmente quando é algo que
queremos muito mas muito mesmo. É um, ficarmos sem chão, misto de sentimentos.
É extremamente difícil ver os meses a passar, meses a virar anos, ver os casais
próximos de nós com filhos, saber de mais uma amiga que está grávida, acompanhar
gravidezes de perto... São sentimentos difíceis de se explicar e que apenas
quem passa pela mesma situação sabe o que significa...
No nosso caso
arregaçámos mangas como se costuma dizer e fomos à luta. Procurámos ajuda
médica e pesquizei muito sobre casos de infertilidade. Agarrei-me e apoiei-me a
um grupo no Facebook. Tínhamos a perfeita noção que seria difícil, mas a
batalha era nossa e tínhamos que conseguir ou pelo menos era nisso que
acreditávamos (falo no plural porque sempre foi vivido em casal).
*Demoraste 6 anos para conseguires estar grávida,
alguma vez pensaste em desistir?
Não, NUNCA, foi
uma luta de precisamente 6 anos e 3 meses... Desistir nunca, principalmente
porque sempre tive o apoio do meu marido, sim porque no nosso caso a causa da
nossa infertilidade era minha, tenho Síndrome do Ovário Poliquistico. Este
Síndrome provoca com que não faça as ovulações mensais normais. Tivemos sempre
o apoio dos nossos familiares direitos e de alguns amigos. Foi algo que nunca
escondemos de ninguém.
Jamais esquecemos
o tratamento em que conseguimos a minha gravidez, foi através de inseminação
artificial no dia 7 de novembro de 2014. Foi ao fim de 6 anos, mas no primeiro
e único tratamento completo em que tive apenas um folículo mas era apenas o
necessário, um!!
*Estes 6 anos de luta, afectaram a tua relação com
o Pai da criança?
Não, bem pelo
contrário, uniu-nos mais como casal porque nunca foi uma luta sozinha sempre
foi a 2.
O Maurício nunca
me deixou sentir a culpada por não termos filhos (ainda), sempre me acompanhou
às consultas, aos exames necessários para diagnóstico, sempre se predispôs a
fazer os exames que fossem também necessários da parte dele. Era o meu pilar,
sempre presente, era ele que me ajudava na administração das injecções diárias na
barriga nos diversos tratamentos que fizemos, quando eu precisava o meu amparo
estava ali.
*Pensas voltar à luta para ter um segundo filho,
mesmo que isso implique mais 6 anos?
Sim, pensamos
voltar à luta dentro de algum tempo até mesmo porque lá está não sabemos se
será rápido ou não, ou até mesmo que seja possível.
Mas agora já
sinto que é diferente, já não sinto tanta pressão própria para ter 1 filho,
porque já tenho o meu príncipe. Penso até que mesmo que não consiga voltar a
engravidar já não me vou sentir tão mal, porque afinal já sou mãe, já preenchi
o meu vazio.
*O que gostavas que te tivessem dito na altura em
que estavas em tratamentos?
Que tinha
conseguido já estar grávida e que aquele era o último tratamento.
De resto
felizmente sempre tive o apoio necessário no meu núcleo, sempre me ajudaram a
superar tratamento após tratamento, falha após falha, porque no meu caso o
difícil era conseguirmos acertar com as doses corretas de medicação. Os
tratamentos eram sempre cancelados por falta de resposta ovárica à medicação.
*Qual o melhor conselho que tens para quem está
nessa luta?
Primeiramente só
mesmo quem passa pelo mesmo consegue compreender verdadeiramente o quão difícil
é.
Tentem ter sempre
força para continuar a luta, embora por vezes, seja bastante complicado
principalmente quando os anos começam a passar. Mas acima de tudo que não
desistam nunca e que os casais se apoiem mutuamente, agarrem-se à última
hipótese, à última esperança..
*Todo este processo mudou-te?
Sim e não porque
eu sou a mesma pessoa, mas quer queiramos quer não, quem passa pelo processo de
recorrer a tratamentos para engravidar obriga-nos a mudar. Tentar aceitar o
eterno “porquê a mim?”, “porquê a nós?” é difícil.
Mas também me
obrigou a ser mais forte e a seguir em frente.
*Achas que sabes ser mãe?
Acho que sim,
sinto que sim embora também pensei que ás vezes fosse mais fácil 😊
Sem sombra de
dúvida que tento ser uma boa mãe para o Santiago e espero que um dia mais tarde
o meu filho se orgulhe dos pais que tem e da infância feliz que teve.
Queres participar nesta rubrica? Envia-me um resumo da tua história para www.apipa@gmail.com. Queres fazer-me uma questão? Envia também!
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