Procura de emprego para uma mãe!

A procura de emprego por si só, já não é um processo fácil. Pesquisar anuncios, que não abundam como em outros tempos; contactar amigos, que prometem entregar o nosso CV mas ficamos sempre na dúvida; ir a entrevistas atrás de entrevistas e que hoje também já não são o que eram...
Quando comecei a trabalhar, ir a uma entrevista era meio caminho andado para ter emprego. Agora ir a uma entrevista é o inicio de um processo longo e demorado que exige muitas idas às empresas, muitas questões e muitas vezes acaba em nada!
Esta procura piora quando somos mães. Estar à procura de emprego e em simultâneo à procura de cresce não é fácil. Ter entrevistas de emprego quando não temos onde os deixar exige uma ginástica memorável, isto a juntar à mistura de sentimentos que vivemos ao pensar que aquele emprego dava imenso jeito, mas pô-los na cresce não dá jeito nenhum. 
A realidade é que pessoas como eu precisam de trabalhar... Não fui talhada para estar em casa. Preciso da rotina, do movimento, de pessoas, do stress... Mas chegar a casa ao final do dia e pensar que disponho de apenas duas horitas com a cria, é de cortar o coração aos pedaços. Costumo dizer que temos filhos para serem criados nas cresces... e em parte é! Mas é o que temos...
Depois há aquela velha questão de empregar uma recém mãe! São poucos os que vão na conversa.
Das várias entrevistas a que fui, pouco ou nada me perguntaram sobre a minha experiência profissional e conhecimentos técnicos. Isto porque o importante a saber são assuntos relacionados com o bebé!
Conforme ficavam a saber que tenho uma cria com 7 meses (quase), a conversa centrava-se nesse tema.
"Então e o bebé vai ficar onde?"
"Então e se o bebé ficar doente?"
"Então e disponibilidade para viajar?"
"Então e disponibilidade para sair mais tarde?"
...
Como disse várias vezes, felizmente, o Vasco não é orfão de Pai. Nem de pai, nem de avós, nem de tias, nem tão pouco de cresce. Mas isso não chega. Toda a gente sabe que os bebés ficam doentes e que as mães têm que faltar para ficar com eles em casa. E isso é chato! Pelos vistos mais chato do que ter um colaborador que inventa uma dor de barriga para não ir trabalhar mas põe fotos no facebook na praia nesse dia... Sim, as mães faltam! E por essas e por outras é que o mundo empresarial continua a ser desenhado para homens. 
Isto tudo para não falar em quando me perguntam se e quando vou ter um segundo filho... Porque mais uma vez, gravidezes, baixas e licenças de maternidade não dão jeito nenhum. 
Por um lado compreendo, por outro nínguém me apresentou a solução! Não está certo e é injusto!
Mas é esta a realidade que temos... Um mundo que ainda tem muito que crescer e aprender e principalmente aceitar! 
Não foi fácil, mas felizmente tive quem acreditasse em mim. Consegui! E mostrei a quem quis ver que é só apenas mais uma das muitas ginásticas que uma mãe tem que fazer. É só mais uma barra que nós mães saltamos. Porque na verdade, quem é mãe, é espectacular!


(Imagem: www.empregopelomundo.com)

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