Filhos vs Carreira
Não são todas as
pessoas que têm este dilema bem definido, é verdade. Mas eu tenho, e vou-vos
contar porquê:
Trabalho desde os
15 anos. Sim, comecei a trabalhar pela primeira vez, quando ainda não tinha
idade legal para o fazer.
E foi precisamente nessas condições que trabalhei. Ilegalmente!
E foi precisamente nessas condições que trabalhei. Ilegalmente!
Mais tarde, após
concluir os estudos que decidi que queria concluir, comecei um emprego a sério,
numa muito conhecida e conceituada empresa em Portugal, desta vez mais perto do
legal.
Tinha contrato de
trabalho temporário que durou perto de 10 anos. Sempre com esse regime
temporário, mensal auto renovável.
Nunca tive licença de casamento, porque me disseram que “quando voltares não tenho a certeza que terei o teu lugar disponível”, e estamos a falar de 11 dias…
Por isso, casei e fui trabalhar
logo a seguir e nunca tive uma lua-de-mel.
Ainda se deram ao luxo de me escalar para o dia do meu casamento (trabalhava ao fim de semana) e fui obrigada a pedir a um colega que trocasse o horário comigo para poder ter o dia.
Trabalhava todos os dias da semana, sem folgas, e sim, estou a falar de fins-de-semana incluídos, e era obrigada a fazer horas extra.
Recebia o ordenado mínimo, e nunca fui aumentada. Os únicos aumentos que eu e a minha equipa tínhamos, era quando o ordenado mínimo legal aumentava.
Mesmo a trabalhar
nestas condições precárias, dei o litro.
Ia todos os dias trabalhar com um sorriso, nunca faltei e nunca meti baixa na minha vida.
Motivava os meus colegas porque acredito que com boa disposição tudo fica mais fácil.
Trabalhei muitas vezes das 8h da manhã à meia-noite, porque precisava deixar tudo resolvido.
Um dia fiquei
grávida, e ao 4º mês de gravidez fui despedida por extinção do posto de
trabalho!
Chorei baba e ranho, senti injustiça e achei que a minha vida ia cair num poço fundo. As pessoas com quem trabalhavam seguiram as suas vidinhas, a olhar para o lado, e eu tive que refazer a minha antes que o meu filho nascesse… e tudo se fez...
Chorei baba e ranho, senti injustiça e achei que a minha vida ia cair num poço fundo. As pessoas com quem trabalhavam seguiram as suas vidinhas, a olhar para o lado, e eu tive que refazer a minha antes que o meu filho nascesse… e tudo se fez...
E aprendi a lição
da minha vida!
Um trabalho será
sempre só um trabalho. Enquanto a minha família será sempre o mais importante
ara mim.
Num trabalho, sou
apenas mais uma, sou descartável, e viram-me as costas sem hesitar. Com a
família não é assim. A família é o que fica. A família é quem te ajuda a
apanhar os cacos quando o mundo se parte aos pedaços.
Felizmente, após
o meu filho nascer, regressei facilmente ao trabalho e encontrei uma empresa
onde a família é tida em conta. Onde nos é permitido ter uma carreira
profissional e uma vida pessoal em simultâneo. Onde podemos ter tempo para nós
e para os nossos.
Mas a lição
ficou.
Um trabalho, será
sempre SÓ trabalho.
Já os meus filhos, são o meu tudo, e por isso não penso 2 vezes.
Convenci-te?
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