Ansiosa(mente) Mãe!

Quando falamos com uma grávida descobrimos que naturalmente tem muitos receios. Receios naturais.
Receio do parto, receio de ter um recém-nascido à sua inteira responsabilidade. Receio de não saber cuidar devidamente do bebé… Muitos receios.
Eu tive outros.
Nunca tive medo do parto, nem do bebé que aí vinha! Também nunca tive medo de falhar porque o meu medo sempre foi algo muito maior. Algo estava fora do meu alcance controlar. 

Só tive medo da minha ansiedade!

Sendo a ansiedade “apenas” um estado emocional, e uma característica psicológica é muitas vezes desvalorizada, bem como as suas consequências. Mas eu sei o que é, como a sinto e por isso tenho medo dela!

Sempre sofri muito com a ansiedade, e odeio-a profundamente, mas não a consigo controlar.
O meu maior medo, mesmo ainda antes de engravidar, era de deixar a ansiedade conduzir-me a ter comportamentos ou sensações que não pretendia.

E vendo bem até aconteceu.

Quando o Vasco nasceu, como qualquer mãe tinha medo de falhar, de não saber tomar conta daquele pequeno ser indefeso… Mas acima de tudo tinha medo que esse medo me conduzisse a uma espiral descendente de ansiedade. Optei por esforçar-me ao máximo para me manter calma e concentrada. Focada naquilo que tinha que acontecer.

Resultou. Mantive a ansiedade controlada, mas esse foco custou-me o sabor do momento. O esforço pela concentração era tanto que sinto que não “apreciei verdadeiramente” todos os momentos. Como se vivesse num estado de “piloto automático” …

Aos pouco, e vendo tudo a resultar e fluir sem problemas acabei por me ir libertando.
Até agora!

Não sei como nem porquê, mas a ansiedade tem tomado conta de mim nos últimos dias.

É absurdamente difícil ser a mãe que quero ser enquanto luto com uma crise de ansiedade!

É uma luta interna, difícil…. É não ter paciência, não ter vontade… É estar facilmente irritável, nervosa, e stressada…
É ter muitas vezes dificuldade em controlar comportamentos impulsivos que todos sabemos que muitas vezes magoam os que nos rodeiam e não queremos isso para os nossos filhos.
É debater-me para não gritar, para não reagir a quente, para não ser injusta. Debater-me para conseguir brincar um bocadinho, “gozá-lo” e aproveitá-lo verdadeiramente sem cair novamente naquele “piloto automático”… É estar constantemente nervosa, com o coração a mil, e ter que disfarçar porque não quero que o meu filho perceba.

Acredito que não perceba, mas ontem quando nos deitámos, abraçou-me com força como se percebesse. Como se me dissesse que não faz mal, que vai passar…
E aquele abraço valeu todo o esforço com que me debato.


É difícil, muito difícil, mas existem soluções. Não devemos deixar que eles paguem uma fatura que não são eles que devem. Afinal, só estamos juntos um par de horas por dia. E com aqueles abraços, como é possível não fazer o impossível?! Por ele valerá sempre a pena!


Comentários

  1. Passei o meu pré e gravidez em plena ansiedade. Encontrei uma psicóloga excelente, que me ajudou e ensinou a lidar com ela.
    Nenhum dos meus medos se confirmou após o parto, por isso já la vão 7 meses maravilhosos. Há muito que não me sentia tão bem.
    Claro que sei que o meu problema está adormecido e que a qualquer momento...

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