Nunca quis ser amiga de mães!
Sabem
aqueles grupos irritantes de mães que andam por ai espalhados?! Aqueles grupos
fechados, privados ou secretos de “Mamãs de Novembro 2017” e por aí a fora?!
Nunca quis…
Nunca quis…
Nunca tive
interessada em falar sobre mucos, ou ecografias, ou períodos férteis, nem
rolhões mucosos.
Nunca tive
interessada em falar sobre fraldas, ou cor dos cocós, ou marcas de cremes para
assaduras, nem formatos de tetinas ou chupetas.
Via esses grupos como aglomerados de mulheres com hormonas
desequilibradas e sem mais nada para fazer.
Eu não
precisava delas. Tinha toda a internet para ler, e que me explicaria todas as
minhas duvidas. Para casos de saúde tinha o numero de telemóvel e o email da
minha obstetra e mais tarde o do pediatra. Não havia dúvidas ali que me pudessem tirar.
Ironicamente,
juntei-me a um grupo desses. – que estupidez, pensei eu.
Depois,
contra todas as minhas espectativas esse grupo não era apenas um aglomerado de
mulheres com hormonas descontroladas, estávamos todas doidas sim, mas depressa
nos tornamos em muito mais que isso.
Enquanto
toda a gente trabalhava e andava ocupada nos seus afazeres eu e elas estávamos
nos nossos últimos dias de grávidas em casa e tínhamo-nos apenas umas às outras
para partilhar fotos do enxoval do bebé.
Eram elas
que lá estavam quando fiz a mala da maternidade e não sabia o que levar.
Sempre
achei esses grupos irritantes até perceber que ninguém me conseguiria entender
como elas.
Nem mesmo o
meu marido, a minha mãe ou a minha irmã.
Eram elas
que percebiam o porquê de cada lágrima que eu chorava, eram elas que percebiam
e se riam comigo de cada coisa que eu me esquecia, de cada emoção, cada
sentimento…
Sempre
achei esses grupos irritantes até perceber que cada uma delas era eu, e eu era
cada uma delas. Cada dia a descobrir, e a fazer tanto pela primeira vez. A
sentir o misto de emoções, a descobrir um novo “eu” em cada uma de nós.
Sempre
achei esses grupos irritantes até fazer parte da minha vida! Até ter uma
parceira com quem rir, com quem chorar, com quem desabafar. Alguém ao mesmo
ritmo que eu, a viver a cada dia, algo muito semelhante a mim.
Com elas aprendi muito, tirei muitas dúvidas, rimo-nos e chorámos tanto juntas que parece impossível. Criámos laços, chateámo-nos, e voltamos a ser amigas…
Com elas aprendi muito, tirei muitas dúvidas, rimo-nos e chorámos tanto juntas que parece impossível. Criámos laços, chateámo-nos, e voltamos a ser amigas…
Passámos as
nossas gravidezes juntas, partilhámos os pontapés dos bebés e os partos
melhores e piores. Falámos sobre as cólicas, depois os dentes e festejamos
quando o primeiro se sentou sozinho. Chegaram as sopas, as frutas, a ida para
as creches, os primeiros passos… Quando demos conta, os putos já correm, já
falam, já nos tiram do sério…
Nunca quis
pertencer a grupos de mães, até descobrir que a vida era muito mais fácil com
elas.
3 anos
depois, às minhas amigas: Obrigado por existirem!
(Imagem: dicasdamamaeludmila.blogspot.com)
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