Sou a “Mãe-Chata” lá da escola!
Sou, sim. E sabem
que mais?! Não tenho problema nenhum com isso!
Eu sou a mãe-chata
que todos os dias entra pela sala a dentro e vou-me sentar na mesa e brinco com
ele. Sou a mãe-chata fico ali o tempo que for preciso para que ambos estejamos
preparados para passarmos o dia um sem ou outro (ou quase). Sou a mãe chata, que
digo às educadoras, “Não faz mal, eu fico aqui um bocadinho! ” Sou a mãe-chata
que recusa a que me arranquem o meu filho dos braços por entre gritos e choros.
Sou a mãe-chata que não consigo virar costas enquanto ele chama por mim. Sou a
mãe-chata que não se contenta com um “Ele depois fica bem” … Sou a mãe-chata lá da
escola!
É-me simplesmente
impossível deixá-lo ficar aos gritos, de braços esticados para mim a chorar e a
chamar e simplesmente virar costas!
Ele não fica com
estranhas… de todo! Ele fica com quem cuida dele (mais tempo por dia do que eu)
desde os seus 6 meses. Fica com amigas que lhe cantam músicas, que lhe dão
colo, que dão beijinhos e abraços, com colegas com quem brincar, com um jardim
para correr e até um peixe para alimentar. Ele fica bem, eu sei! Mas não o vou
deixar a implorar por mim, e simplesmente vir embora!
Houve dias em que
ele entrou pela sala a dentro sem sequer me dizer adeus! - Chamo-o e peço-lhe o
meu beijinho de até logo!
Mas nos últimos tempos, tem-lhe sido mais difícil ficar, sem mim. Noto que o problema não é ficar ali… é eu não ficar!
Fico! Espero!
Deixo que se acalme… Dou-lhe tempo para ambientar-se. A quem lá está, às
brincadeiras do dia…
Nos últimos dias
passei muito tempo dentro daquela sala. Eu vi, ninguém me contou… Eu vi como
ficam os pequenos que são deixados a chorar, vi que tem colo, e mimo, e distracção. Vi que uns demoram mais tempo que outros a se acalmarem.
“Ele sente que a
mãe está nervosa! ” – dizem elas! Talvez. Mas eu fico mais mais nervosa por ele
pensar que o seu ser protector, a sua pessoa mais importante, o seu porto
seguro se limitou a ignorá-lo num pedido desesperado para que não o abandone.
Sei que muitas
vezes é “fita”! Sei que hoje por exemplo, foi pura fita! Ele foi o primeiro a
pegar nos brinquedos, a rir, a brincar… Ele só queria juntar o seu dois mundos:
A escola, e a família!
Noto o olhar das
educadoras, sinto que estou a incomodar. E talvez até esteja… Que caos seria se
todas as mães fizessem o mesmo que eu.
Mas na escola do
Vasco, sinto-me aceite. Nunca me senti obrigada ou forçada a nada… Nunca senti
que tivesse a faltar alguma coisa… E desta vez não é excepção.
Talvez contra o meu comportamento, ainda assim permitem-me que o faça! Sem pressas, nem pressões. Como mais for confortável, para ele e para mim.
Por isso, sei que
sou a mãe-chata lá da escola! Mas vou continuar a sê-lo sempre que ele precise!
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