O meu filho partilha porque quer!
Já muito se falou
e disse sobre esta conversa do partilhar!Partilhar, bem como o dizer “Bom
dia”, “Obrigada” ou o dar beijinho quando chega a algum lado.
Li muitas teorias
sobre isso. Tanto as que defendem que sim, devem fazê-lo como as que defendem
que não!
Muito
sinceramente não concordo inteiramente com nenhuma das duas teorias. Vamos por
partes:
1 . Dizer “Olá”
quando chega e “Adeus/xau” quando se vai embora:
O meu filho, diz
sempre “Olá”! Demais até! Basta mudar de divisão da casa que quando regressa
diz logo “olá”! – Diz olá a toda a gente até a quem não conhece…Isto muito por
culpa nossa. Fazemos muito isso… Estamos em casa e ele está no quarto. Quando
entramos no quarto dizemos “olá”! E ele como qualquer criança repete o que
vê. – Ou seja, o dizer “olá” tá
resolvido… Não preciso de o obrigar, porque ele próprio o faz. O mesmo acontece
com o “Adeus”. Até às pedras diz adeus… puff…
2. Dar beijinho:
Desculpem-me mas
não! Antes de mais, os beijinhos são reservados para aqueles que nos são
próximos. Digo-lhe para dar beijinhos aos avós, tios, primos, ou amigos próximos
mas nunca a meros conhecidos ou coisa assim… Se ele quiser dá, caso contrário
fica para outro dia… Lembro-me bem quando era criança, como eram chatos com a
conversa dos beijinhos… Não considero má educação. Acho que é apenas uma coisa
que as crianças não gostam, até porque não lhes acompanhamos o ritmo, e na
verdade, mais tarde ou mais cedo, todas acabam por ganhar esse hábito nem que
seja por repetição. Se nos vê cumprimentar os familiares com beijinhos, vão
acabar por fazê-lo. Por isso, não o obrigo!
3. Dizer
obrigada:
Tal como disse aqui, o meu filho tem um atraso na fala, e “obrigada”
ainda não está no seu vocabulário! Sempre que a ocasião o pede, eu digo
obrigada por ele, precisamente para incentivar a que o faça, de resto, quando
falar logo veremos.
4. Partilhar:
Esta é a mais
complicada. É muito bonito ensinarmos os nossos filhos a partilhar e tal, mas
depois chega um que não partilha com eles e nós ficamos sem resposta para eles.
Mas afinal porque raio é que eles têm que partilhar se depois os outros não
partilham?!
Também percebo os
que dizem que não ensinam a partilhar para que os filhos percebam que não podem
ter tudo o que querem… e para que não tenham desilusões quando não partilham
com eles. Mas todos sabemos que esta não é a postura mais correcta… E não vejo necessidade
de lhes impor o lado negativo das coisas e das pessoas… Eles com o tempo, vão
de certo percebê-las e senti-las!
Ou seja.
Incentivo à partilha, mas não obrigo!
Incentivo porque
sinto que é o mais correcto. Não obrigo porque acho injusto. Porque o partilhar
é muito bonito na teoria mas nem sempre funciona na prática!
Mas isto não me demove de tentar promover aquilo que acho correcto. Tal como acontece comigo. Se tiver com uma qualquer coisa (a jogar Playstation por exemplo – o que é raríssimo), e alguém me pedir emprestado, não vejo porque não emprestar… Mesmo que não me apeteça… Seria egoísta! Nada como dividir aquilo que nos diverte! Mas ao mesmo tempo, se essa outra pessoa não o quisesse dividir comigo, quem me poderia julgar se não quisesse partilhar mais nada com esse outro alguém!
Ou seja,
incentivo à partilha, ao dizer “obrigada”, “olá” e até aos beijinhos (apenas
com quem acho que devo!) mas não o obrigo a nada! Não só não considero que seja
falta de educação, mas sim simplesmente “coisas de miúdos” e que todos um dia
acabam por compreender, como não me acho no direito de o obrigar a nada!
Aquilo
que acima de tudo quero ensinar ao meu filho, é que a vida é feita de escolhas,
e ele fará as dele. E em simultâneo aprenderá a lidar com as consequências das
suas escolhas! Sejam elas positivas, ou não.
Por tudo isto, o
meu filho partilha, apenas quando e enquanto quiser, e por enquanto até vai
querendo.
(Imagem: Blog da Railda)
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