#Mães há muitas - o ultimo!

Em Novembro de 2016 dei inicio à rubrica #Mães há muitas, para dar a conhecer histórias invulgares! 
Adorei! Todas as mães(e pais) com quem falei, foram super prestáveis, e percebi que havia muitas pessoas a identificar-se com as suas histórias. Afinal, quando menos esperamos descobrimos que não estamos sozinhas! 

A minha história de invulgar não tem nada! Sou tão normal que até enerva! Mas achei que seria uma boa forma de encerrar esta rubrica. Pedi aos participantes que me colocassem uma questão! E hoje, no dia do meu aniversário,  partilho convosco um pouco mais sobre quem sou eu. 

Aqui está a "entrevista", que todos os meus ilustres convidados me fizeram: 

Sei lá eu Ser Mãe: Acima de tudo respeitador! Que seja um Pai presente, amigo, carinhoso, informado e que baseie a aventura da paternidade com muito muito amor. Quero que seja um Pai que tenta... Que procura o que acha melhor, que investe tempo na sua família, e que acredite em si.
No fundo quero que seja um Pai feliz e orgulhoso. Ainda não conheço os meus netos, e nem sei como vou ser no papel de avó. Por isso a pessoa mais importante para mim é ainda o meu filho, e aquilo que mais quero, é que seja feliz!


Seria louca! Seria uma mulher completamente possuída por um demónio maléfico qualquer! Se já com 1 quase dou em doida, nem imagino como é que as corajosas como tu o fazem! Já me estou a imaginar, toda descabelada, de fato de treino cheio de manchas, olheiras até ao pescoço e mamas até ao joelho, aos gritos desmedidos por todo o lado sem saber se havia de rir ou de chorar! Acho que nunca o disse aqui, mas tenho um pequeno toque de distúrbio Obsessivo-compulsivo, o que não combina nada com o caos implícito numa casa cheia de crianças. Ainda assim, acho que seria uma maluquinha feliz!Não há nada melhor que uma casa desarrumada de brincadeiras ao som de gritinhos e risos de crianças!

A solidão! Ser mãe consegue ser muito solitário! Encondemo-nos atrás dos computadores e pomos nas redes sociais fotografias lindas e maravilhosas... Ninguém publica as noites sem dormir, as roupas sujas de cocó, e as horas que andamos com eles ao colo. Enquanto tive em casa, tinha um grupo de facebook mas sempre me senti sozinha. E quando fazia um desabafo sentia que era apenas criticada ou comentavam com relatos de como os filhos das outras eram maravilhosos... Eu criaria centros de maternidade. Onde podíamos estar umas com as outras, e com os bebés, diariamente em vez de estarmos em casa sozinhas. Acho que essa parte foi a pior para mim.

O meu maior medo é comum a qualquer mãe. É aquilo que eu não posso controlar e que compromete a sua saúde ou integridade física! Tenho pânico que o magoem, que ele sofra, que adoeça... todas essas coisas que não dependem de nós e que muitas vezes não podemos solucionar. Cada vez mais ouvimos histórias de inocentes bebés com doenças más e feias e que nos deixam completamente impotentes... É isso, o sentimento de impotência! O não o poder ajudar!

A Filipa é mesmo outra pessoa! Essa mudança passa por ter aprendido e crescido muito desde que fui mãe. Julgo menos, critico menos, compreendo mais... Amo milhões de vezes mais... Em simultâneo sinto-me mais forte! Mais capaz! Há alturas em que me sinto uma super mulher, e outras uma menina perdida num mundo de adultos. Mas na maioria das vezes sou mais confiante, e mais certa daquilo que quero. O meu filho ensinou-me essencialmente o amor. Até onde vai o amor, e aquilo que somos capazes por amor! Se antes pensava que sabia o que era, agora percebo que não fazia a menor ideia! Isso trouxe-me também humildade, o admitir que também erro, mas sem julgar esses erros. Perceber que quando tentamos o nosso melhor, a melhor parte tá feita! Aprendi a apreciar melhor as coisas pequenas e a viver de forma mais feliz, e em paz comigo mesma! 

O Vasco é o meu menino perfeito! É teimoso, rezingão, mas doce e meigo ao mesmo tempo. Adora rua, tal como a mãe, e carros como o pai! É a minha razão de viver. É a minha alegria, o motivo pelo qual vou à pressa para casa. É a prova de que eu estava completamente enganada em relação ao que é ser mãe. É a prova que ser mãe é de facto tudo aquilo que me diziam e eu não acreditava, e ainda muito mais! É o meu menino perfeito, e acho que um menino feliz! 

  • João (O Pai): "Perante o clima de instabilidade ao nível de segurança que se vai vivendo um pouco por todo o mundo e com tendência a aumentar, que pensamentos tens relativamente ao futuro do teu filho? Vais colocar-lhe algumas restrições como forma de protegê-lo?" 
Tenho pânico! Mesmo... Sofro muito de ansiedade, e quando vejo noticias de miúdos que se espancam na rua até tremo de nervos! É das coisas que tenho mais medo. É que comprometam a sua saúde ou integridade física! No entanto não podemos criar as nossas crianças numa redoma de vidro. O que pretendo, é educar o Vasco. Para que saiba escolher as suas batalhas e aquilo em que se envolve. Ensiná-lo que há pessoas boas e outra que não foram bem conduzidas, e que ele é que escolherá sempre o seu caminho, esperando que escolha o melhor. Não lhe vou incutir violência, nem mesmo para defesa. Acredito também que as nossas escolhas (por onde andamos e com quem andamos) também influenciam a tendência de nos vermos em situações violentas ou não. Vou ensiná-lo a fazer boas escolhas e de resto será livre como um passarinho, enquanto a mãe o espera em casa com o coração nas mãos! Custa, imenso, mas tem que ser.

Era rica! Ahahahahaah 
Nunca ambicionei ser rica mas a verdade é que para quem pode, tudo é mais fácil. Com mais dinheiro teria mais filhos! Mudava-me para uma localidade mais calma e segura. Colocava os meus filhos nas melhores escolas do país. Tinha empregadas de limpeza, deixando-me mais tempo para estar com eles. Não trabalhava, ou trabalhava apenas em part-time podendo assim ter uma participação mais activa na educação deles. Adoptava! Ajudava outras crianças, e mães sem possibilidade! 
Simples... nunca quis ser rica, e sou muito feliz com a minha vida, mas com dinheiro eu dava uma excelente dondoca! 

  • Alexandra Guerreiro (Pais separados): "Há uns anos atrás, antes de pensares em ser mãe dizias que praticamente tinhas " criado " o teu irmão mais novo, e que certamente o amor era igual. É igual ????"
Não! Não é igual! Ainda que o sentimento que tenho pelo meu irmão seja muito especial, não é igual. Talvez também em parte pela minha idade. Na altura tinha 14 anos e queria tudo menos ser mãe!O Vasco fui eu que o quis, e a maturidade é outra! Até mesmo o apreciar de pequenos momentos. Se agora adoro vê-lo brincar e celebro cada pequena conquista, na altura tomar conta do Francisco era bom mas uma obrigação! Não foi escolha minha, não apreciei nenhuma das suas conquistas. Eu queria era que ele não me desse trabalho (ainda que tenha sido uma criança que não deu trabalho nenhum), nenhuma adolescente quer estar em casa a tomar conta do irmão!
O Francisco será sempre especial, mas o Vasco é o meu bebé. Aquele que eu quis, e o bebé que estou a aproveitar a cada segundo que posso.

Tens tanto pela frente que nem imaginas! Acredita em ti, porque tu consegues. Não tenhas medo, porque não há mal que não venças! Avança, porque o caminho é para a frente! 
Aproveita bem a vida! Diverte-te, viaja, ama, sorri, dança e sê feliz! 
Um dia serás mãe! Não sabias?! Pois, mas é verdade... Agora não queres (porque és uma tolinha que não acredita em si) mas vais ser mãe! E sabes que mais?! Vais-te desenrascar com uma granda pinta! E vais gostar mais do que agora pensas! Se achas que sabes aquilo que és, espera só para veres o que o futuro te reserva!
Não tenhas medo do futuro, arrisca! Porque tu consegues! 

Nada! 
Se me perguntasses isso quando estava grávida diria tudo! Tinha medo de não saber ser mãe! As fraldas, o banho, as febres... e se o deixasse cair?! Nunca soube pegar num bebé e continuo a não saber, mas com o meu foi diferente! Se tinha medo de não saber como desempenhar o meu papel e meter a pata na poça à grande, a partir do momento em que o puseram no meu colo, perdi o medo. Percebi que o instinto existe mesmo e é o melhor que podemos seguir!

Eu mesma. Nunca pensei tornar-me na mãe que me tornei. Pensei que iria ser mais stressada com as situações dificieis e afinal até lido muito bem com elas. Em contrapartida pensei que fosse ser mais descontraída com outras coisas. Pensei por exemplo que ia deixá-los ficar com as avós facilmente e afinal não é bem assim. Não sabia que me ia tornar tão apegada a ele.Não sabia que ia ser tão mãe galinha.  

Obrigada a todos os que participaram nesta rubrica! Foi um prazer falar com cada um de vocês!


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