A Solidão de ser mãe!
Acho sempre
incrível, as ironias da vida, tal como ela é! Como ao longo da nossa vida
muitos são os momentos felizes que se cruzam com momentos tristes. Como se a
vida fizesse questão de manter um estranho equilíbrio. Não pode estar tudo bem,
nem tudo mal, e aquilo que nos deixa feliz e infeliz, vai indo e voltando como
uma maré.
Um exemplo disto
é a solidão de ser mãe!
Não são poucas as
mães que já me confessaram que sentem-se incrivelmente sozinhas… que mundo
injusto!
Então uma mulher,
passa pelas passinhas do algarve para trazer um novo ser ao mundo para no final
de contas sentir solidão?!
É verdade, é o
que muitas mães sentem.
Sentem-se
sozinhas porque na verdade estão sozinhas.
Deram a vida por
um ser que as completa, mas que as deixas incrivelmente sós.
A atenção
requerida por um bebé não é para qualquer um. Os bebés são chatos, os bebés têm
horários, os bebés choram, os bebés não podem ir a qualquer lado, e este mundo
é feito para quem tem estaleca para o acompanhar. E os bebés, e em consequência
as mães não têm.
As amigas,
desaparecem à velocidade da luz. Ficam poucas, muito poucas. E na era em que
vivemos são mais as amigas virtuais do que as reais. E um computador faz muito
pouca companhia.
A família faz
visita de circunstância quando o bebé nasce, mas depois voltam às suas vidas. E
chega a uma altura em que essas visitas nem são proveitosas. Visitarem-nos ou
irmos a casa de alguém para nos estarem sempre a perguntar “O que é que ele
quer?” ou “o que é que ele tem?!” é tão ou mais exaustivo que estar sozinha.
As noitadas são
outras e não envolvem música, dança nem álcool… é mais noitadas leite, fraldas
e muito sono!
As dúvidas são
demasiadas, e as respostas nulas. Quando temos uma dúvida parva qualquer (por
exemplo porque a criança come mal) a única coisa que nos aparece à frente são
exemplos de crianças que comem este mundo e o outro… De repente, ficamos
rodeadas de mães perfeitas que só sabem gabar-se dos seus filhos perfeitos e
não conseguem dar uma ajuda simples, sincera ou útil.
Que mundo
imperfeito este, em que quando o populamos e trazemos vida, é quando mais nos
sentimos sós, abandonadas e cabisbaixas.
Mas nada acontece
por acaso. E tudo isto acontece a nós mulheres, porque só nós, tagarelas,
barulhentas, vivaças chatas e cor-de-rosa, conseguiríamos um dia ultrapassar
este estado de solidão.
Acreditem em
vocês. É em vós que reside o segredo. No vosso bem-estar, na vossa alegria
interior…
E não tenham
medo. Não há mal que sempre dure e em breve vai passar…
(Imagem: http://www.maisequilibrio.com.br)
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