Vais dar ao teu filho brinquedos de menina?
É muito fácil
apregoar aos 7 cantos do mundo que somos tolerantes e livres de preconceito,
mas quando é hora de pôr em prática a conversa muda!
Está na moda.
Está na moda sermos compreensivos e mente aberta mas quando nos toca a nós o
caso muda de figura.
São muitos os
casos que se dizem lidar bem com a tolerância, mas quando esta é necessária no
seio da sua família, têm dificuldades em pôr toda essa tolerância em prática.
Desculpas! Arranjam-se desculpas!
O meu filho tem a
sorte de crescer numa “Família Moderna”! Uma família verdadeiramente livre de
preconceitos, desprovida de estereótipos, tolerantes onde de facto o que mais
importa é que ele seja feliz!
Sim, a nossa
família já foi “posta à prova”, e orgulho-me de dizer que somos bons para
caraças!
Assim, cá por
casa não sofremos com isto, mas eu como mãe, ainda vou ouvindo uns bitaites.
No ano passado, a
prenda de Natal do Vasco foi uma cozinha, tal como falei aqui. Foram vários os comentários e as caras surpreendidas.
“Como assim
vais-lhe dar uma cozinha? Mas tu não tens um menino?!”- Sim, e então?
Qual seria a
lógica de enchê-lo de carros e bolas de futebol, quando na altura o que mais o
encantava era uma cozinha?!
Sim, o meu filho
adora cozinhas e respectivos acessórios. Adora mexer nos tachos, preparar-nos
comidas e servir cafés! Nada disso faz dele diferente.
Sim, ele também
adora jogar à bola, e brincar com os carrinhos e pistas de comboios. Só não vejo porque motivo é que dar-lhe
carrinhos é normal mas dar-lhe um conjunto de chá é estranho.
Esta semana no
trabalho, falávamos sobre o que vamos dar aos mais novos.
Mencionei que um dos presentes que o Vasco vai receber, é precisamente um conjunto de chá! Um colega meu, fez a cara mais surpreendida de sempre. Aparentemente passei uma linha qualquer que eu não vejo.
Mencionei que um dos presentes que o Vasco vai receber, é precisamente um conjunto de chá! Um colega meu, fez a cara mais surpreendida de sempre. Aparentemente passei uma linha qualquer que eu não vejo.
Piquei-o mais
ainda. Disse que no ano passado tinha oferecido uma cozinha, ao que me foi dito
que estou a “ultrapassar os limites”. Ao que parece, dar-lhes coisas de que
eles gostam não é aceitável.
Piquei até mais
não, porque para mim , nada dessa conversa vale nada. Muito pelo contrário.
Enche-me o ego. Deixa-me orgulhosa de saber que na minha casa, os meus filhos
terão sempre espaço para ser nada menos do que o que quiserem! Sem preconceitos
nem estereótipos.
Por fim o meu
colega perguntou:
“Vais dar ao teu
filho brinquedos de menina?” – Não meu querido, vou-lhe dar brinquedos de
criança!
Houve um Natal em que dei aos meus filhos um conjunto de electrodomésticos (frigorífico, máquina de lavar, microondas, máquina de café, etc) que funcionam, são todos em cor de rosa e cinzento. O meu filho tem 10 anos e ainda adora brincar com eles, a miúda nunca ligou. Como estes, todos os brinquedos lhes são oferecidos sem olhar a "directivas sociais".
ResponderEliminarSão exactamente isso que dizes, brinquedos de criança!