Coração de mãe
O coração de mãe
não morre e é por isso diferente
de todos os outros.
O coração de mãe
é grande. E lá cabe um mundo, sem limite de pessoas, sem que nunca esteja cheio
demais.
O coração de mãe é forte. Capaz de bater por si, pelos filhos, e por todos aqueles que dele precisem.
O coração de mãe é intenso. Tanto que se sente por todo o lado. Bate no peito, bate na boca, bate tão forte que se sente fora do corpo.
O coração de mãe
é generoso. E partilha o ritmo cardíaco com tantos filhos quantos tenhas.
O coração de mãe
é sensível. Ressente-se a cada joelho esfolado, a cada febre, a cada chupa caído
no chão.
O coração de mãe
regenera-se. Porque quebra-se a cada percalço dos filhos e cola-se no segundo
em que eles largam as lágrimas e precisam de nós.
O coração de mãe
é resistente. E por mais exausto que esteja, tem sempre espaço para ler mais uma
história, para dar mais um beijo, para pintar mais um desenho.
O coração de mãe
expande-se. A cada passo nesta coisa de crescer. Enche-se de orgulho, a cada
gesto simpático, a cada salto dum sítio muito alto, a cada palavra nova
aprendida.
O coração de mãe
é esquecido. Com tanta ocupação esquece-se muitas vezes de si. Mas por ser tão
grande, forte, intenso, generoso, sensível e resistente, nunca sucumbe, e por
isso nunca morre.
O coração de mãe
é o único músculo que vai além do corpo e além da vida. Capaz de funcionar fora
de nós, eternamente… Para a vida toda!
Ilustração: @o_trocatintas
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